Pular para o conteúdo principal

#NOTÍCIADAHORA: “Descida do Caeté: Canoístas definem data da aventura” -

O canoísta Pedro Paulo Sousa, 57 anos, anunciou a data de saída da expedição que vai descer o rio Caeté de Ourém até Bragança. Os desportistas partirão na manhãzinha do dia 18 de abril de 2014. O planejamento é que este percurso de cerca de 110 km seja feito em três dias.
Populares narram que o rio Caeté nasce no município de Bonito, nordeste do Pará. Eles dizem até que dá para ver as suas fontes nos dendezais, entretanto, por uma questão de logística, os canoístas partem de Arraial do Caeté, em Ourém, onde nasceu e mora o Senhor Antônio Carlos Bezerra Farias, 51 anos, cuja propriedade, que se localiza a margem do Caeté, foi colocada á disposição dos aventureiros.
Moradores das margens do Caeté entrevistados pela TRIBUNA DO SALGADO afirmam que o rio já foi navegável até a década de 1970, mas não conseguem explicar o fenômeno da redução do volume das águas do rio. Há narrativas, inclusive, de que um regatão chamado Eutanásio fazia o transporte de produtos e pessoas entre Bragança e Ourém naquele período.
De acordo com o empresário bragantino Osvaldo Gardunho, o que salvou o Caeté foi a BR. Isso porque as famílias se deslocaram das margens dos rios para a rodovia, consequentemente, a ação predadora do homem contra a natureza foi parcial mas não totalmente contida, já que os afluentes das margens do Caeté foram barrados nas zonas de fazendas o que comprometeu o fluxo das águas.
E eles imaginam, mas não sabem exatamente o que é que irão de fato encontrar pela frente. Segundo os populares com quem o canoísta Pedro Paulo conversou, os primeiros 20 km – de Arraial (Ourém) até o Caeté (Município de Santa Luzia) - são os mais difíceis, por causa dos troncos e plantas que fecham o leito do rio, que, aliás, é sinuoso e apesar de estar bem cheio neste período é de difícil navegabilidade e pode oferecer perigos como cobras e jacarés.
Do Caeté, os canoístas passam pela Vila de Tentugal, ainda no município de Santa Luzia, ponto estratégico para a expedição pela sua articulação com a história geopolítica da região. De seguida, eles vão descer em boas águas, até a Vila de Mocajuba, já em Bragança, onde serão recepcionados e escoltados por um grupo de pessoas também são amantes deste rio que traduz a alma do povo caeteuara.
Pelo menos cerca de cinco desportistas manifestaram interesse de participar deste projeto, o qual, segundo o canoísta Pedro Paulo, é autofinanciável e autossustentável e via de regra aberto a quem gosta de aventura e sabe conviver consigo próprio ao mesmo tempo em que partilha a experiência de sentir as populações ribeirinhas, extrativistas, pequenos agricultores, nas margens desses rios pelos quais poucos navegam.
Sem pressa de chegar ao destino, desbravando caminhos, em contato direto com a natureza, os canoístas vivem cada um o seu próprio momento espiritual e fazem a sua própria viagem pessoal ainda que coletiva. A experiência fica para as gerações futuras e consequentemente os relatos e fotos destes expedicionários viram roteiros para novos aventureiros, que, apenas a partir do dia 20 de abril de 2014, poderão saber onde encontrar informações sobre como é que é descer de caiaque o rio Caeté desde a nascente até a Foz.
Mais informações podem ser acessadas no grupo FB “Descida do Caeté: da nascente até a foz” (https://www.facebook.com/groups/1404311633162382/)
© TRIBUNADOSALGADO

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A última postagem da Tribuna do Salgado

Independente, combativa, crítica, sem rabo preso, sem financiamentos de partidos e de grupos políticos e empresariais, TRIBUNA DO SALGADO fez um bom combate, mas já cumpriu o seu papel, razão pela qual informo que este projeto editorial deixará de existir, objetivamente, no dia 31 de Março de 2020. O lançamento oficial da primeira edição (impressa) do Jornal TRIBUNA DO SALGADO aconteceu numa sexta-feira, dia 25 de abril (2014), no espaço Adega do Rei, em Bragança do Pará, tendo o projeto funcionado com reduzida estrutura desde a fundação, com algumas preciosas colaborações,   de abnegados amigos e parceiros. De equipe reduzida, sempre foi um David contra os Golias da opressão. Privilegiamos temas como cultura, cidade e comunidade, sem espaços para textos e imagens apelativas como sexo e violência, que infestam como pragas as consciências humanas. Nosso lema, a liberdade de expressão, o respeito à opinião, e à crítica dos leitores, sem, jamais publicar boatos ou acusaçõ...

#CENTENÁRIO “O resgate da associação cultural e desportiva que afirma a Bragança Negra”

Idealiza-se demasiado uma suposta colonização francesa de Bragança, e do mesmo modo, mitifica-se uma Bragança indígena, mas muito pouco se destaca a presença marcante da negritude em Bragança. E apenas quando há referências à tradição da Marujada é que se enaltece mais as heranças do que a matriz negra de São preto, que era de origem etíope. Benedetto migrou de África para Sicília, Itália, onde primeiro esmolou, e entrou pelas portas do convento, para ajudar na cozinha, tornando-se, com o tempo, um Monge-Cozinheiro. E foi uma associação desportiva-cultural, entretanto, que veio a afirmar a força negra na sociedade bragantina. Fundado em 1917, o TIME NEGRA completa 100 anos, com direito a homenagens aos seus ex dirigentes e associados, e a as pessoas que fizeram tanto o esporte quanto o carnaval da entidade. Em sua época áurea, entre os anos 1948 e 1962, o TIME NEGRA conquistou o título de clube mais querido de Bragança, em pesquisa feita pelo Jornal do Caeté. E para isso teve de ...

#DOCUMENTÁRIO "A poeta do Xingu"

“Filme da Série Vozes do Xingu, realizado no âmbito do projeto “Memórias de trabalho e de vida frente à construção de Belo Monte”, e que, sob a coordenação da professora Elizabete Lemos Vidal, da Universidade Federal do Pará, apresenta depoimentos de moradores da Volta Grande do rio Xingu, atingidos pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.