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#CRÔNICA POLÍTICA “Quando Bragança vai à guerra” (Carpinteiro)



Bragança > 18 de Setembro de 2016

Em tempos de ataques violentos aos direitos constitucionais, a mais simples resposta dos ativistas é a de fazer a sociedade recordar dos processos históricos dos quais ela foi protagonista.
Se os fascistas se utilizam de religiões e mídias para impor e propagar um discurso de ódio contra os movimentos sociais, a História há de ser implacável diante de um mundo cujas narrativas de sua construção algumas vezes nem correspondem as “realidades”.


E o que observamos são construções de “idealidades” para favorecer apenas a determinados grupos políticos que se autoproclamam democratas quando não passam de embustes e destruidores das conquistas sociais.
No caso particular de Bragança do Pará, estagnada no G100, entre os municípios mais pobres do Brasil, com avaliações negativas nos setores fundamentais (educação, saúde, e assistência social), convém um exercício refinado e desapaixonado de análise.


Considerando como coerente a mensagem do velho ditado EM TERRA DE CEGO QUEM TEM OLHO É REI, os políticos que se revezam no Poder produzem os mesmos discursos e as mesmas práticas nefastas que supostamente condenam.
E a Administração Pública Municipal raramente é comandada por pessoas competentes – mas que são interesseiras –, são tímidos os avanços em serviços e estruturas para suportar as demandas de uma massa de miseráveis. 


Consequentemente, os direitos sociais aos acessos aos serviços e bens públicos que deveriam ser garantias inalienáveis do cidadão, quando “oferecidos”, tornam-se motivos de bajulações, como se os “benfeitores” merecessem méritos por fazer aquilo ao qual são obrigados a fazer.
E vale tudo para iludir e confundir as pessoas, manipulando-as, e comprando-as, com conversas, favores, cadeiras de rodas, cestas básicas, e até dinheiro.
Bragança é uma cidade que tem um povo tranquilo, mas,  não mexa com ela, porque o resultado pode ser um vespeiro, como aconteceu em 2008, logo após as eleições municipais, quando milhares de pessoas foram ás ruas contra a fraude.

Não vou aqui recontar esta História, porque quem faz e escreve a História sabe que na sua matricial dialética, ela educa e transforma, sem se fixar ao estatuto lógico do tempo, rompendo-o.
Observo estas imagens e leio estes jornais como um exercício de pesquisa, e um compromisso com as pessoas deste tempo e deste lugar abençoado pelo Glorioso São Benedito, ás margens do Caeté.
© Carpinteiro de Poesia

Nota do Autor : Acompanha esta crônica alguns recortes de jornais paraenses do ano 2008, quando, logo após o período eleitoral, milhares de pessoas foram ás ruas protestar contra a fraude eleitoral no Município de Bragança. Naquela altura, Padre e Gerson (que eram adversários na campanha de 2008), juntaram-se contra Edson, que afinal assumiu e cumpriu seu mandato, com suas contas relativas àquele período tendo sido agora rejeitadas pela Câmara, fato que atrapalha visivelmente a sua candidatura. De lá para cá muita coisa mudou, Padre se elegeu e agora concorre a reeleição com uma taxa de rejeição que lhe mina as caminhadas. E Gerson também concorre, assim como Edson. Há ainda Raimundão e Wanderley na disputa. Se o eleitor for inteligente, saberá separar o joio do trigo.
Fonte © #TRIBUNADOSALGADO


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