O Festival
Internacional de Cinema do Caeté – FICCA, terá a sua quarta edição sediada na
Escola Superior Artística do Porto, que recebe e apoia o evento, idealizado e
organizado por Francisco Weyl, cidadão brasileiro formado pela Instituição
(2001).
As inscrições dos filmes que concorrerão à seleção no IV FICCA,
serão realizadas apenas via E-mail, entre os dias 12 de
Setembro e 14 de Outubro de 2018.
Interessados deverão acessar http://www.ficcafestival.blogspot.com, ler o Regulamento, preencher e enviar a Ficha de Inscrição para ficcacinema@gmail.com.
O certame decorrerá entre os dias 10 e
12 de Dezembro de 2018, no auditório da ESAP, com direito à rodas de conversas
com realizadores portugueses, caboverdeanos, e brasileiros.
Antes disso, dias 19 e 20 de Novembro,
decorre a Mostra Negro FICCA, também, em parceria entre a ESAP e o Cineclube
Amazonas Douro, e que exibe filmes de autores negros e/ou de temáticas a partir
da arte e da resistência negra, que venceram e/ou participaram das três edições
do FICCA.
O FICCA irá premiar Melhor Longa
(Acima de 60 minutos); Melhor Média
(Entre 20 e 60 minutos); Melhor Curta (Menos de 20 minutos); Melhor
Documentário (Livre temática e tempo).
Além destas
categorias, o FICCA atribuirá o Prêmio Juri Popular; Prêmio Especial; Prêmio Educação & Pesquisa; e o Grande Prêmio FICCA de direitos Humanos.
Em três anos de atividades
(2014/2015/2016), o FICCA ajudou a consolidar a cultura cineclubista e
cinematográfica, a partir de uma perspectiva democrática, e de um olhar crítico
sobre o cinema.
Com oficinas, rodas de conversas, e
sessões cinematográficas, em escolas públicas, comunidades quilombolas, praias,
e praças, o FICCA valorizou o cinema brasileiro, e fortaleceu a cinematografia
produzida no Pará, Região Amazônica.
Mas, com a mudança de seu criador para fazer
doutoramento em Portugal, e com a parceria da ESAP, o FICCA renova as
esperanças de dezenas de realizadores que criam sua arte nas zonas de
fronteiras.
O FICCA dialoga com projetos autorais,
poéticos, e musicais, articulados a uma pratica de consciência estética, e de
resistência, ecológica, política, urbana, e rural, que carecem de espaço para
ecoar mensagens nas quais revelam as realidades e os sonhos de seus povos.
A partir da troca de olhares, e experiências,
o FICCA reúne criadores de diversas linguagens, e circula entre centro e
periferia, escolas, comunidades quilombolas, espaços culturais, religiosos, e acadêmicos.
Encontros com autores, declamações
poéticas, contações de estórias, lançamentos de livros, projeções, e oficinas,
abrem linhas diretas de ação para uma cantoria, que, sendo poética, é também
política.
Educadores e estudiosos, pesquisadores,
e fazedores da arte poética, da resistência, e da educação popular,
contra-hegemônicos, entram em simbiose, numa experiência de caráter político,
estético, artístico.
O FICCA inverte a lógica do mercado,
substituí a relação hierárquica pela construção colaborativa do conhecimento, e
se materializa de forma coletiva, via redes solidárias - de compartilhamento de
conhecimentos/práticas que envolvem e reconhecem as comunidades locais.
O nome Caeté é uma alusão ao rio que
banha o Município de Bragança, onde o FICCA nasceu.
Ka'aeté é uma
palavra de origem Tupy que significa mata virgem, densa: “ka'a”, mata; “eté”,
verdadeira (NAVARRO, 2013, 550).
Com 115
quilômetros de extensão, antes de desaguar no Atlântico, o rio atravessa e
influencia o trabalho e a vida de diversas comunidades do nordeste paraense.
Outrora navegável,
o Caeté ainda não morreu porque as rodovias, que acabaram com as estradas de
ferro, retiraram as comunidades de suas margens, desde a década de 1960.
E, apesar de
receber as águas de rios como Jequi, Cajueiro, e Curi, à margem direita; e de pequenos
igarapés, à margem esquerda, o Caeté apresenta trechos pouco profundos.
Isso porque alguns
fazendeiros transformam o leito do Caeté em lixeira, ao atirar detritos e
resíduos, restos de tocos, e galhos, de árvores, que eles próprios derrubam em
suas terras.
O rio se torna
mais poluído a partir das Vilas de Mocajuba e do Arimbú (Bragança),
provavelmente, influência de alguns afluentes, cujo fechamento corrobora para
que o rio baixe o seu leito e prejudique a sua navegabilidade,
Junto com o
nascer da Lua, por detrás das matas do Camutá, seu espelho revela um espetáculo
mágico aos moradores e visitantes da cidade de Bragança do Pará, de cuja orla
partem e chegam diariamente dezenas de embarcações com peixe, produto que
alimenta grande parte da economia local.
É, portanto, em
defesa deste rio, das memórias de seus narradores, navegadores, dos
extrativistas, e das comunidades ribeirinhas da Região do Caeté, que nasceu o Festival Internacional de Cinema do Caeté.
Porto, 12 de Setembro de 2018
Francisco Weyl
Cineclube Amazonas Douro /
Festival Internacional de Cinema do Caeté
Contatos: + 351 936 997
887 / carpinteirodepoesia@gmail.com
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