Preferiria nem comentar esta foto, até porque quem já sentiu
a dor da perda sabe muito bem o que significa um abraço da família nestes
momentos.
Preferiria não comentar, mas não consigo me conter a minha
vontade de fazê-lo, muito menos segurar a emoção que toma conta de mim quando
olho esta imagem.
Um velho de 73 anos, detido e condenado, sob acusações,
cujas provas não apareceram, tendo prevalecido a Tese do Domínio de Fato, e
restado uma série de contradições e negações de direitos ao acusado.
Um idoso cujo temor causado nos seus inimigos e algozes fez
com que ele se trnrasse um fantasma, e sua força, crescido, em escala mundial,
tanto que agora é forte candidato ao Nobel da Paz.
Lula retirou o país do mapa da Fome, pagou o FMI, e colocou
em prática uma série de direitos com os quais o Brasil ainda não estava
acostumado em sua jovem e frágil democracia.
Seu maior erro sem dúvida foi ter acreditado num pacto
social com as elites e os banqueiros e os especuladores do capital
internacional aos quais também teve de beneficiar.
Seu partido cometeu diversos erros sem jamais fazer
autocríticos, tendo alguns de seus “nobres” líderes se envolvido em escândalos
vergonhosos, o que contribuiu para o atraso da consciência social.
Muitos que viram no PT uma saída para a crise global
acabaram também por se iludir e por fim transferiram seu descontentamento as
demais formas de lutas políticas e sociais.
Lula sabe jogar este xadrez de interesses que envolvem as
disputas pelos poderes constituídos, mas alguns de seus lances o levaram à
cadeia.
Se ele errou e tem de pagar por seus atos, isso é
inquestionável, mas o que não toleramos é que o humilhem como temos assistido
com estas perdas que o têm abalado.
Ao fazer piadas com a morte de uma criança, a sociedade
brasileira assinou a sua própria sentença de morte.
A exposição do ódio de eleitores de Bolsonaro ao presidente Lula
foi tamanha que extrapolou os limites do fanatismo.
O que assistimos foi um desfilar de fascistas que se
alimentam da tortura, da morte e do crime organizado, e que se satisfazem com o
mal que praticam contra as pessoas.
Independentemente de concordarmos ou não com o que as pessoas
pensam, respeitemos suas dores, e seus lutos.
Francisco Weyl
Poeta, Jornalista, Radialista, Professor,
Realizador-Documentarista, coordenador de projetos artísticos e sociais, Mestre
em Artes, doutorando em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes da
Universidade do Porto.
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