Paulo César de Lima Fonteles Filho, ou Paulo Fonteles, o Paulinho, nunca deixou de ser menino.
Era um ser humano de bom coração, solidário, guerreiro, combativo, altaneiro, poeta.
E tinha sempre um sorriso estampado no rosto, mesmo quando estava sério.
Sabe quando você tem um amigo ao qual você sente a força de chama-lo de companheiro?
Mas não me recordo quando nos conhecemos, tempos fazem, ele visitava minha casa, e eu a dele.
Andamos juntos, dormimos juntos, bebemos juntos, amamos juntos, combatemos juntos, lemos poemas juntos, fizemos poesias um para o outro.
Ele me chamava de Zenito, nome de meu pai.
Era sim, um amor sincero e lindo, platônico, espirituoso, desses quer transcendem a própria materialidade e se alojam num lugar tão sagrado que necessitamos percorrer uma longa estrada para encontrar, por entre amanheceres e mistérios.
Porque a vida, apesar de infinita, não cabe num abrir e fechar de olhos, pelo que temos que ficar acordados sem perder os nossos sonhos de vista.
Em alguns destes sonhos, os anjos nos visitam.
E nós que acreditamos nos anjos e que algumas vezes somos por eles visitados, ficamos a tentar decodificar os signos de seus gestos, os seus sorrisos e sentimentos, já que não conseguiremos jamais traduzir as suas palavras, porque não falamos as suas línguas.
Estas visitas são passageiras e muitas vezes não compreendemos as mensagens que estes anjos nos transmitem, mas alguns resíduos destas mensagens que não conseguimos decodificar também ficam impregnados nos nossos corações.
É disso que nós somos feitos, dos resíduos destas mensagens que recebemos, e as quais não somos capazes de interpretar.
Somos feitos de mistérios.
E anjos.
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