Acreano de Tarauacá, José Carlos Gondim não tinha religião e nem partido, mas seu coração batia do lado esquerdo do peito.
Era o tipo de pessoa carismática, que ajudava a todos os amigos que encontrava no caminhava, sempre com um sorriso no rosto.
Andou no Colégio Estadual Paes de Carvalho (turma de 1957), licenciou-se em Letras – Português/Frances ( Santo Antônio de Pádua), e em Jornalismo, pela - Universidade Federal Fluminense – UFF (2014).
Atuou na Revista Cadernos do Terceiro Mundo, no Rio de Janeiro, na década de 1980, e passou longos anos como coordenador de produção, na TV Cultura do Pará, a partir da década de 1990.
Jornalista aposentado, continuou trabalhando como free-lancer, produzindo na área de comunicação social (jornalismo, vídeo, cinema, tv).
Nasceu à 28 de outubro de 1942, e faleceu nesta sexta-feira, 17 de janeiro de 2019, deixando consternados uma legião de pessoas com as quais conviveu.
Sou testemunho da sua bondade e generosidade, tendo sido por ele apoiado em diversos momentos de minha vida, no Rio e no Pará.
Que sua alma siga o caminho da Luz!
© Francisco Weyl
Recolhemos das redes sociais dois depoimentos de pessoas que desfrutaram da amizade de Gondim.
E pedimos licença para replicar estas falas, que simbolizam o caráter do Gonda, como ele era carinhosamente conhecido.
LUCIANA MEDEIROS
Preciso falar sobre o Gonda. Eu ainda era uma moleca entrando no jornalismo. Ele com uma experiência já gigantesca em matéria de vida. Ator, diretor, jornalista. Foram bons anos de convivência na vida e na TV Cultura. Delicia que era fazer com ele o Cultura Pai D'égua. Mas lá ele fez inúmeras outras coisas. Ficou famoso o Ronda (Gonda) dos Orixás. Como a gente ria desse trocadilho. Fez história. Mas era desses que ia vivendo, não ficava olhando pra trás.
José Gondim, nosso Gonda, não tinha idade. Partiu hoje, aos 76, mas o sentia como o mesmo menino que identifiquei nele quando o conheci. Impressionava muito a capacidade que ele tinha de se relacionar com pessoas de todo tipo e faixa etária. Ano passado em um encontro em Belém, pudemos sentar calmamente, conversar por horas e chegamos a nos emocionar ao falarmos de alguns assuntos da vida, lembrar de pessoas em comum que já tinham partido. Foi intenso, saboroso e cheio de simbologias aquilo. Muita gratidão, meu amigo. Foi o que lhe disse no abraço, antes dele voltar pro Rio, onde estava morando. Foi tao bom que esquecemos de fazer a self. 🙄 Depois que nos tocamos.
Agora ele partiu, criou asas, alçou vôo, mas com toda a plenitude de quem viveu e se entregou nesta vida. Vai e arrasa, Gonda. Pega teu arado e cultive e conquiste todas as estrelas. Ainda estarei por aqui, mas a gente se encontra na luz por aí. Te amo para sempre, meu querido. Saudades e boas lembranças ficam. 💚
NEMÉZIO AMARAL
Abaixo, o último registro com o meu amigo de décadas, José Carlos de Medeiros Gondim, feito no hospital Miguel Couto, para onde ele foi transferido, depois de quebrar o colo do fêmur, no final de dezembro passado. As complicações pós-operatórias, em resumo, fizeram com que ele acabasse morrendo hoje, aos 76 anos, no Hospital Municipal do Acari, no Rio de Janeiro.
Quando conheci Gondim, no final dos anos 1990, na TV Cultura, no Pará, não imaginava que aquele senhor franzino, os cabelos brancos tomando conta dos últimos fios negros, era tantos homens em um: resistente contra a ditadura (por toda a juventude) que lhe rendeu o autoexílio, jornalista, ator, diretor, professor de francês, remista, flamenguista e corintiano, miltante contra tudo que lhe parecia injusto.
Mas, para mim, ele era sobretudo um amigo. Um cara que nunca abandonava alguém quando estava na pior. Solucionado o problema, ele seguia. Esteve comigo em alguns dos meus momentos mais tristes e solitários. "Eeee, xiri!!!", dizia enquanto dava uma tapa em meu ombro como que para me chamar de volta. Eu o amava. E vi que a família que fez por suas andanças esteve firme com ele nestes últimos momentos. Porque Gondim foi amado por muitos.
Nosso consolo é que Gondim era uma alma forte demais, livre demais, autônoma demais para viver em um corpo tão fragilizado. Quem o conheceu sabe que ele não suportaria viver assim. Então, solucionou o problema. E seguiu.
Valeu, Gôndola! Não há como eu possa dizer "adeus" para você.
Era o tipo de pessoa carismática, que ajudava a todos os amigos que encontrava no caminhava, sempre com um sorriso no rosto.
Andou no Colégio Estadual Paes de Carvalho (turma de 1957), licenciou-se em Letras – Português/Frances ( Santo Antônio de Pádua), e em Jornalismo, pela - Universidade Federal Fluminense – UFF (2014).
Atuou na Revista Cadernos do Terceiro Mundo, no Rio de Janeiro, na década de 1980, e passou longos anos como coordenador de produção, na TV Cultura do Pará, a partir da década de 1990.
Jornalista aposentado, continuou trabalhando como free-lancer, produzindo na área de comunicação social (jornalismo, vídeo, cinema, tv).
Nasceu à 28 de outubro de 1942, e faleceu nesta sexta-feira, 17 de janeiro de 2019, deixando consternados uma legião de pessoas com as quais conviveu.
Sou testemunho da sua bondade e generosidade, tendo sido por ele apoiado em diversos momentos de minha vida, no Rio e no Pará.
Que sua alma siga o caminho da Luz!
© Francisco Weyl
Recolhemos das redes sociais dois depoimentos de pessoas que desfrutaram da amizade de Gondim.
E pedimos licença para replicar estas falas, que simbolizam o caráter do Gonda, como ele era carinhosamente conhecido.
LUCIANA MEDEIROS
Preciso falar sobre o Gonda. Eu ainda era uma moleca entrando no jornalismo. Ele com uma experiência já gigantesca em matéria de vida. Ator, diretor, jornalista. Foram bons anos de convivência na vida e na TV Cultura. Delicia que era fazer com ele o Cultura Pai D'égua. Mas lá ele fez inúmeras outras coisas. Ficou famoso o Ronda (Gonda) dos Orixás. Como a gente ria desse trocadilho. Fez história. Mas era desses que ia vivendo, não ficava olhando pra trás.
José Gondim, nosso Gonda, não tinha idade. Partiu hoje, aos 76, mas o sentia como o mesmo menino que identifiquei nele quando o conheci. Impressionava muito a capacidade que ele tinha de se relacionar com pessoas de todo tipo e faixa etária. Ano passado em um encontro em Belém, pudemos sentar calmamente, conversar por horas e chegamos a nos emocionar ao falarmos de alguns assuntos da vida, lembrar de pessoas em comum que já tinham partido. Foi intenso, saboroso e cheio de simbologias aquilo. Muita gratidão, meu amigo. Foi o que lhe disse no abraço, antes dele voltar pro Rio, onde estava morando. Foi tao bom que esquecemos de fazer a self. 🙄 Depois que nos tocamos.
Agora ele partiu, criou asas, alçou vôo, mas com toda a plenitude de quem viveu e se entregou nesta vida. Vai e arrasa, Gonda. Pega teu arado e cultive e conquiste todas as estrelas. Ainda estarei por aqui, mas a gente se encontra na luz por aí. Te amo para sempre, meu querido. Saudades e boas lembranças ficam. 💚
NEMÉZIO AMARAL
Abaixo, o último registro com o meu amigo de décadas, José Carlos de Medeiros Gondim, feito no hospital Miguel Couto, para onde ele foi transferido, depois de quebrar o colo do fêmur, no final de dezembro passado. As complicações pós-operatórias, em resumo, fizeram com que ele acabasse morrendo hoje, aos 76 anos, no Hospital Municipal do Acari, no Rio de Janeiro.
Quando conheci Gondim, no final dos anos 1990, na TV Cultura, no Pará, não imaginava que aquele senhor franzino, os cabelos brancos tomando conta dos últimos fios negros, era tantos homens em um: resistente contra a ditadura (por toda a juventude) que lhe rendeu o autoexílio, jornalista, ator, diretor, professor de francês, remista, flamenguista e corintiano, miltante contra tudo que lhe parecia injusto.
Mas, para mim, ele era sobretudo um amigo. Um cara que nunca abandonava alguém quando estava na pior. Solucionado o problema, ele seguia. Esteve comigo em alguns dos meus momentos mais tristes e solitários. "Eeee, xiri!!!", dizia enquanto dava uma tapa em meu ombro como que para me chamar de volta. Eu o amava. E vi que a família que fez por suas andanças esteve firme com ele nestes últimos momentos. Porque Gondim foi amado por muitos.
Nosso consolo é que Gondim era uma alma forte demais, livre demais, autônoma demais para viver em um corpo tão fragilizado. Quem o conheceu sabe que ele não suportaria viver assim. Então, solucionou o problema. E seguiu.
Valeu, Gôndola! Não há como eu possa dizer "adeus" para você.
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