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Onze anos de estrada


A história da música em Bragança começou a mudar há exatos onze anos. De lá para cá, mais de mil e seiscentos jovens receberam formação musical pelo Instituto de Artes Aurimar Monteiro de Araújo, Instituto AMA / Amazonart Internacional, que atua na promoção e difusão e formação cidadã de crianças, adolescentes e jovens através da música.

As atividades do Amazonart atualmente são realizadas na Maçonaria, bairro da Aldeia, onde dezenas de crianças aprendem a tocar instrumentos, inclusive, com professores estrangeiros, que se tornam voluntários do Amazonart. Mas os alunos não veem a hora de voltar para a sede própria, que, desde maio, está em reforma, na Avenida Nazeazeno Ferreira (a conclusão da obra está prevista para agosto).

O coordenador do Amazonart é o agitador cultural Aurimar Araújo (foto). Ele garantiu nas redes sociais que Bragança vai ganhar um local extraordinário para o ensino e aprendizado de cultura artística popular e erudita, totalmente equipado e buscando sempre a qualidade de seus serviços. O prédio ficará irreconhecível, com laje, forro em gesso, restauração do piso, construção de rampas (acessibilidade total), finalização de banheiros, instalações elétricas modernas, segurança contra incêndio, totalmente refrigerado, com frontal revitalizada. 

O projeto tem apoio da Secretaria de Estado de Cultura, através de recursos de emenda parlamentar. Os projetos desenvolvidos pelo Amazonart contam com a participação de uma rede de profissionais (pedagogos, assistente social e músicos), que atua de forma voluntária e desenvolve atividades, que formam crianças e jovens em música. Alguns desses meninos e meninas que passaram pelo Amazonart já se tornaram professores de música e, alguns, inclusive, tocam na Orquestra Jovem da Petrobrás, na Orquestra de Brasília, na Orquestra de Itália, entre outros espaços. 

Com o apoio da Fundación para el Desarollo Empresarial y Social - FEDES, da cidade de Loja, Equador. o Amazonart também firmou convênio com a FCPTN - Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves para a aquisição de equipamentos e assessórios musicais a serem investidos formação musical e do mesmo modo apoiar professores contratados para trabalharem no projeto Música e Cidadania em Bragança. Orçado em R$ 115 mil reais, o projeto atende 65 crianças e adolescentes com ações de educação e formação da cidadania. 

Vinculado a Federação Panamazônica de Música, o Amazonart tem prédio próprio no município de Vizeu e, recentemente, criou um polo em Capitão Poço, onde vai atender, segundo o coordenador da entidade, cerca 200 crianças e adolescentes em vulnerabilidade social. Nesse município, o Amazonart fez uma fusão com a Associação Beneficente Cultural e Musical Bamgoc, para que seja iniciado o processo de construção da nova sede a partir de 2015.

Atualmente, o Amazonart conta com sete professores, um pedagogo, um assistente social, um auxiliar administrativo, um produtor cultural e três vigilantes, além de disponibilizar apoio para cinco dos seus alunos mais experientes com uma espécie de bolsa-monitoria nas aulas de percussão, sopro e cordas. Nesta férias, o Amazonart promove um workshop de percussão rudimentar, do qual participaram mais de cem crianças e jovens de escolas públicas da região. 

Aurimar Araújo afirma que música não é algo que apenas nos ajuda no desenvolvimento da alma, mas sim algo que contribui para o crescimento cidadão e profissional do ser humano. Por esta razão, ele se sente feliz com os novos instrumentos percussivos do Amazonart e espera que todas as bandas do Estado do Pará, e do país, tenham a oportunidade de ter um equipamento de qualidade: “Agora, precisamos lutar para dar oportunidade para muitas crianças servirem-se desse material, aproveitando-o e vendo nele um futuro”, finaliza

AMAZONART / Contatos : (91) 8098-6171 - 9632-5406 / ama.instituto@gmail.com.




TEXTO © TRIBUNA DO SALGADO / FOTO © DRI TRINDADE

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