Todo o lixo de Bragança vai para o Marrocos, onde moram
cerca de 20% dos catadores, sendo os restantes 80% moradores das comunidades do
entorno.
São dezenas de pais de famílias, adultos, idosos, jovens e
crianças que vivem do que a sociedade joga fora.
Essas pessoas sobrevivem à margem da sociedade, em barracos enjambrados,
sem qualidade de vida, e nenhum tipo de saneamento e condições sanitárias,
expostas à miséria e a todos os tipos de crimes.
Atento a dimensão social do fenômeno da violência, e,
preocupado com a segurança pública, o comandante do 33º BPM, Ten.Cel. Afonso,
saiu da sua zona de conforto e mobilizou a sociedade para aderir ao projeto “Novos
Caminhos”.
“Este projeto é um começo, falamos do Marrocos, mas temos também
que pensar na Aldeia, na Vila Sinhá, que são locais com sérios problemas
sociais, e quando você fala em miséria, você compreende diversos tipos de
miséria social, humana, política, então, eu queria que as pessoas saíssem de
suas casas e entrassem no Marrocos, para sentir d perto aquela realidade e se
sensibilizar com ela”, esclarece o comandante PM.
Neste final e semana, dias 17 e 18/3, o projeto ”Novos
Caminhos” realizou o seu DIA D, considerado um marco para todos os atores
envolvidos neste processo, como prefeitura, secretarias municipais, igrejas, e entidades
filantrópicas e culturais diversas.
Os catadores do lixão e moradores do Marrocos e arredores
receberam diversos tipos de serviços públicos, além, além de palestras
educativas,, doações, e ainda participaram de ações culturais.
“A mensagem foi passada, se Bragança puxar isso para ela, assumir
a sua responsabilidade, a ideia é criar meios
de sustentabilidade econômica e social aos moradores e trabalhadores do
Marrocos”, diz o policial.
‘Novos Caminhos” entra agoira numa nova fase, com as
instituições e empresas assumindo, cada uma, a sua própria responsabilidade
para que o projeto se consolide e tenha prosseguimento e mais apoio social.
Mas, há alguns problemas que tem de ser equacionados, por
exemplo na organização, em associação, que deve ser ampliada de forma a que os
catadores se sintam protegidos e tenham obrigações com a Lei.
Ignorados pelo Estado, os catadores tem no lixão a sua mina
de ouro, é de lá que eles retiram o seu alimento e os produtos que serão
vendidos e trocados e que ajudarão na sobrevivência diária.
A comunidade recebeu muito bem as ações realizadas,
entretanto, o comandante PM avalia que é mais fácil trabalhar com as crianças e
a juventude do que com os adultos, razão pela qual há uma escolinha de futebol
no Marrocos.
Sob o comando do professor e técnico Paulinho Cardoso, a
escolinha já prepara craques para o Bragantino, mediante parceria com o Clube
do Caeté, que se comprometeu em receber os novos talentos, que poderão ser
aproveitados em outras categorias.
“Conseguimos as traves, as bolas, a prefeitura melhorou o
campinho, o bragantino se comprometeu em puxar os melhores meninos”, comemora o
Ten.Cel. Alfonso.
Há um projeto de construção de uma Creche, mas, o maior
desejo do militar é a construção e uma biblioteca.
“Crianças e jovens não têm espaços nas suas casas para desenvolver
seus estudos, seus ambientes em casa, não lhes proporcionam estas condições,
pois vivem, em situações precárias”, informa o militar.
A biblioteca, segundo ele, seria um o grande legado deste
projeto.
Fonte © #RIBUNADOSALGADO
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