Com suas estruturas condenadas por laudo técnico do Corpo de Bombeiros, o Palacete Augusto Correa foi interditado em 1979, mas, apesar dos riscos, o prédio histórico sobreviveu por cerca de 30 anos, com anúncios de projetos de recuperação que jamais saíram do papel, durante as gestões de Edson Oliveira e Nelson Magalhães.
Entre 2016 e 2017, a “restauração” do espaço recebeu duas emendas parlamentares ao Orçamento da União, de autoria do Senador Jader Barbalho e da deputada Simone Morgado. Com a contrapartida da Prefeitura, este valor totalizava R$ 2.242, 52 – destinados á restauração e compra de equipamentos.
Mas, entre a assinatura do convênio, o empenho, e o repasse de recursos oriundos do Mistério da Cultura, via Caixa Econômica, eram necessários diversos trâmites burocráticos, até que o projeto elaborado pela empresa Escala3 Arquitetos Associados viesse a ser executado, sob a coordenação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico nacional – IPHAN, que havia orçado a obra em cerca de R$3,4 milhões.
Mas, um detalhe que não pode escapar neste processo, é que, para que o projeto viesse a ser executado, seria necessário um parecer técnico dando conta que o prédio não correria o risco de ser desabado, o que, aliás, foi feito.
Até o presente momento, a Prefeitura Municipal de Bragança - Pará continua calada, apesar da secretária de planejamento Marcely Castanho ter se justificado sem citar o valor da emenda com a qual o Município foi contemplado para a revitalização do Palacete Augusto Corrêa, projeto inscrito no Sistema de Convênios (Siconv), coordenado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, apresentado ao programa 2027- Cultura: Preservação, Promoção e Acesso, do Ministério da Cultura, tendo, inclusive, a secretária afirmado que vai "dar encaminhamento agora de uma outra forma" (sem esclarecer exatamente qual).
De acordo com a Escala3 Arquitetos Associados, que recebeu cerca de R$ 200 mil do Instituto de Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) para elaborar um projeto executivo de restauração, adequação e implantação de novo uso do Palacete Augusto Corrêa, o bem é uma edificação de valor indiscutível, com uma linguagem estilística neoclássica em dois pavimentos, sendo, a sua recuperação e restauração, um serviço prestado a toda a população e à memória da cidade.
Diz o projeto, ipsis litteris, que a volumetria da edificação pesquisada apresenta predomínio da horizontalidade e sua fachada principal, registra as linhas tardias do estilo neoclássico, sendo compartimentada por pilastras, com um corpo central rasgado por três vãos em cada pavimento. No 1º pavimento, encontra-se o vão da entrada principal em verga de arco abatido e esquadrias de madeira com almofadas, enquanto que no 2º pavimento as esquadrias são de madeira e vidro, com alternância de janelas com frontão curvo e triangular. Os dois corpos laterais, de menor dimensão, acompanham a proporcionalidade do número de vãos, sendo dois em cada pavimento. Ao longo de sua história, a referida construção já abrigou as mais diversas atividades.
Além da prefeitura, o Palacete Augusto Correa abrigou a Delegacia de Polícia, a Câmara Municipal, a Junta de Serviço Militar, a Cadeia, e a Inspetoria Regional de Saúde Pública. O prédio seria restaurado para receber um Centro de Referência da Cultura Bragantina.
Construído a volta de 1893, como cópia do Palácio de Bragança (Portugal), e inaugurado entre 1902 a 1903, o Palacete Augusto Correa, serviu de sede à prefeitura de Bragança até 2009, quando foi interditado, chegando a ser reformado parcialmente pelo prefeito Emílio Ramos, e, modernizado internamente, por José Diogo, sendo ainda restaurado pelo ex-prefeito Celso Leite.
E o desabamento do Palacete se soma a demais casos de interdições e/ou desabamentos em prédios públicos escolares localizados no Município de Bragança, pertencentes tanto ao Estado quanto ao Município.
Em abril de 2017, a Defesa Civil interditou a Escola Simpliciano Medeiros, localizada as margens do igarapé Cereja, no Centro da cidade Bragança.
Em agosto do mesmo ano desabou parte do teto da quadra poliesportiva da Praça Rosa Blanco, na Aldeia.
Neste mesmo mês, a escola Maria Ambrósia viveu assustada ao desabamento do “barracão” que era usado como sala de aula, na Vila Tauari..
E em novembro de 2017, o Corpo de Bombeiros interditou parte da escola “Gerson Alves Guimarães”, de onde saiu o contestado secretário municipal de educação do Município de Bragança do Pará, Luís Augusto Santa Brígida Soares.
E, sob o risco de desabamento, a quadra da escola Yolanda Chaves também foi interditada.
Com as fortes chuvas que desabrigaram cerca de mil pessoas no Município, inclusive em consequência da irresponsabilidade do próprio Poder Público, que aterrou áreas do bairro da Aldeia, o prédio veio abaixo na noite desta segunda-feira, 21 de maio de 2018.
Nota do Editor:
O que mais me indigna é que, quanto mais prédios desabam, quanto mais a fome aumenta, quanto mais desabrigados em enchentes, mais corruptos ganham dinheiro com farsas, razão pela qual responsabilizo políticos pelo desabamento do Palácio Augusto Correa.
Texto © Francisco Weyl (Jornalista / DRT - 2161)
Entre 2016 e 2017, a “restauração” do espaço recebeu duas emendas parlamentares ao Orçamento da União, de autoria do Senador Jader Barbalho e da deputada Simone Morgado. Com a contrapartida da Prefeitura, este valor totalizava R$ 2.242, 52 – destinados á restauração e compra de equipamentos.
Mas, entre a assinatura do convênio, o empenho, e o repasse de recursos oriundos do Mistério da Cultura, via Caixa Econômica, eram necessários diversos trâmites burocráticos, até que o projeto elaborado pela empresa Escala3 Arquitetos Associados viesse a ser executado, sob a coordenação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico nacional – IPHAN, que havia orçado a obra em cerca de R$3,4 milhões.
Mas, um detalhe que não pode escapar neste processo, é que, para que o projeto viesse a ser executado, seria necessário um parecer técnico dando conta que o prédio não correria o risco de ser desabado, o que, aliás, foi feito.
Até o presente momento, a Prefeitura Municipal de Bragança - Pará continua calada, apesar da secretária de planejamento Marcely Castanho ter se justificado sem citar o valor da emenda com a qual o Município foi contemplado para a revitalização do Palacete Augusto Corrêa, projeto inscrito no Sistema de Convênios (Siconv), coordenado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, apresentado ao programa 2027- Cultura: Preservação, Promoção e Acesso, do Ministério da Cultura, tendo, inclusive, a secretária afirmado que vai "dar encaminhamento agora de uma outra forma" (sem esclarecer exatamente qual).
De acordo com a Escala3 Arquitetos Associados, que recebeu cerca de R$ 200 mil do Instituto de Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) para elaborar um projeto executivo de restauração, adequação e implantação de novo uso do Palacete Augusto Corrêa, o bem é uma edificação de valor indiscutível, com uma linguagem estilística neoclássica em dois pavimentos, sendo, a sua recuperação e restauração, um serviço prestado a toda a população e à memória da cidade.
Diz o projeto, ipsis litteris, que a volumetria da edificação pesquisada apresenta predomínio da horizontalidade e sua fachada principal, registra as linhas tardias do estilo neoclássico, sendo compartimentada por pilastras, com um corpo central rasgado por três vãos em cada pavimento. No 1º pavimento, encontra-se o vão da entrada principal em verga de arco abatido e esquadrias de madeira com almofadas, enquanto que no 2º pavimento as esquadrias são de madeira e vidro, com alternância de janelas com frontão curvo e triangular. Os dois corpos laterais, de menor dimensão, acompanham a proporcionalidade do número de vãos, sendo dois em cada pavimento. Ao longo de sua história, a referida construção já abrigou as mais diversas atividades.
Além da prefeitura, o Palacete Augusto Correa abrigou a Delegacia de Polícia, a Câmara Municipal, a Junta de Serviço Militar, a Cadeia, e a Inspetoria Regional de Saúde Pública. O prédio seria restaurado para receber um Centro de Referência da Cultura Bragantina.
Construído a volta de 1893, como cópia do Palácio de Bragança (Portugal), e inaugurado entre 1902 a 1903, o Palacete Augusto Correa, serviu de sede à prefeitura de Bragança até 2009, quando foi interditado, chegando a ser reformado parcialmente pelo prefeito Emílio Ramos, e, modernizado internamente, por José Diogo, sendo ainda restaurado pelo ex-prefeito Celso Leite.
E o desabamento do Palacete se soma a demais casos de interdições e/ou desabamentos em prédios públicos escolares localizados no Município de Bragança, pertencentes tanto ao Estado quanto ao Município.
Em abril de 2017, a Defesa Civil interditou a Escola Simpliciano Medeiros, localizada as margens do igarapé Cereja, no Centro da cidade Bragança.
Em agosto do mesmo ano desabou parte do teto da quadra poliesportiva da Praça Rosa Blanco, na Aldeia.
Neste mesmo mês, a escola Maria Ambrósia viveu assustada ao desabamento do “barracão” que era usado como sala de aula, na Vila Tauari..
E em novembro de 2017, o Corpo de Bombeiros interditou parte da escola “Gerson Alves Guimarães”, de onde saiu o contestado secretário municipal de educação do Município de Bragança do Pará, Luís Augusto Santa Brígida Soares.
E, sob o risco de desabamento, a quadra da escola Yolanda Chaves também foi interditada.
Com as fortes chuvas que desabrigaram cerca de mil pessoas no Município, inclusive em consequência da irresponsabilidade do próprio Poder Público, que aterrou áreas do bairro da Aldeia, o prédio veio abaixo na noite desta segunda-feira, 21 de maio de 2018.
Nota do Editor:
O que mais me indigna é que, quanto mais prédios desabam, quanto mais a fome aumenta, quanto mais desabrigados em enchentes, mais corruptos ganham dinheiro com farsas, razão pela qual responsabilizo políticos pelo desabamento do Palácio Augusto Correa.
Texto © Francisco Weyl (Jornalista / DRT - 2161)
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