#PROJETO “Sociedade quer saber como será o novo prédio onde funcionava o Consulado Português em Bragança do Pará”
Graças a omissão do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (IPHAN) que se retarda em tomar providências, e em
consequência do descaso de setores públicos e privados, e da omissão dos
gestores e dos representantes parlamentares que sempre utilizam o discurso da
defesa do patrimônio em suas plataformas, um a um, vão desaparecendo os prédios
históricos do Município de Bragança do Pará.
Com suas estruturas condenadas por Laudo Técnico do Corpo de
Bombeiros, o Palacete Augusto Correa foi interditado em 1979, mas, apesar dos
riscos, o histórico prédio sobreviveu por cerca de 30 anos, com anúncios de
projetos de recuperação que jamais saíram do papel, ou seja, o prédio não
resistiu ao tempo e caiu, deixando soterrada parte da História do Município de
Bragança.
No caso do antigo prédio do Consulado Porrtuguês, desde
2012, que o Ministério Público recomendara aos empresários, João Augusto Santa
Brígida Soares, e Augusto José Santa Brígida Soares, que tomasse providências
quanto à preservação do mesmo.
Nesse mesmo ano (2012), foi assinado um Termo de Ajustamento
de Conduta (TAC), tendo sido intimados a comprovar que adotariam providências
para proteger o patrimônio cultural.
Protegido por tombamento municipal pelo decreto nº288/2006,
o imóvel se localiza no centro de Bragança, diante da estação cultural Armando
Bordalo, onde são realizados eventos públicos municipais.
Seis anos após nenhum projeto ou intervenção, o prédio foi
demolido na manhã do dia 26 de maio de 2018, em consequência de decisão do
próprio MP, sem nenhuma nota técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (IPHAN), e, curiosamente, sem a participação da secretaria
de cultura, mas a de planejamento, Marcely Castanho.
Assinado no dia 24 deste mesmo mês, pela própria secretaria
Marcely e pelo promotor de justiça Bruno Beckembauer, o novo TAC ignorou o
antigo (de 2012) e determinou que os empresários procedessem a demolição do
prédio, o que de fato foi feito.
O prédio, que estava em ruinas e sob risco de desabamento,
havia sofrido um desabamento parcial interno, motivo pelo qual a Defesa Civil
havia isolado a área, por onde chegam a circular milhares de pessoas quando
ocorrem grandes eventos na vizinha Praça Armando Bordalo.
Mas, com o TAC, os responsáveis legais pelo imóvel também se
comprometem, num prazo de três meses, em apresentar um novo projeto de
construção, no qual estejam preservadas as linhas arquitetônicas da fachada do
imóvel; e, cinco meses, para começar a execução das obras, que tem de ser
concluídas em 33 meses (o não cumprimento das exigências acarretará em multas
estimadas em R$ 3 milhões de reais).
Como ainda faltam 24 dias para que o projeto seja
apresentado pelos seus responsáveis legais, resolvemos escrever esta matéria,
de forma a chamar a atenção da sociedade, para que não nos esqueçamos do nosso
compromisso com a História deste Município, ao qual tanto amamos e cujas
tradições queremos ver preservadas.
Texto © Francisco Weyl (Jornalista / DRT - 2161)
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