Ka'aeté é uma palavra de origem Tupy que significa mata virgem, densa: “ka'a”, mata; “eté”, verdadeira (NAVARRO, 2013, 550).
No Século Sec. XVI, os índios Caetés habitavam parte do Nordeste do Brasil, desde a ilha de Itamaracá, até as margens do rio São Francisco, área limitada pelos potiguaras, ao norte; e, ao sul, pelos tupinambás.
Mas, os índios foram considerados “inimigos da civilização” pela Inquisição, por, supostamente, praticarem um ritual antropofágico com o corpo de Dom Pero Fernandes Sardinha, primeiro Bispo do Brasil (BUENO, 2003, 18,19).
O Caeté é o rio que banha a minha aldeia. (FRANCISCO WEYL).
Junto com o nascer da Lua, por detrás das matas do Camutá, seu espelho revela um espetáculo mágico aos moradores e visitantes da cidade de Bragança do Pará.
Da orla desta cidade, partem e chegam diariamente dezenas de embarcações com peixe, produto que alimenta grande parte da economia.
Com 115 quilômetros de extensão, antes de desaguar no Atlântico, o rio atravessa e influencia o trabalho e a vida de diversas comunidades do nordeste paraense.
Nasce na cidade de Bonito, banha Arraial do Caeté (Ourém), e Tentugal (Santa Luzia), e percorre algumas comunidades bragantinas.
Outrora navegável, o Caeté ainda não morreu porque as rodovias, que acabaram com as estradas de ferro, retiraram as comunidades de suas margens, desde a década de 1960.
E, apesar de receber as águas de rios como Jequi, Cajueiro, e Curi, à margem direita; e de pequenos igarapés, à margem esquerda, o Caeté apresenta trechos pouco profundos.
Em 2014, o canoísta Pedro Paulo Sousa fez o percurso épico desde a nascente até a foz, e observou que alguns fazendeiros transformam o leito do Caeté em lixeira.
Atiram detritos e resíduos, restos de tocos, e galhos, de árvores, que eles próprios derrubam em suas terras.
O fechamento dos afluentes corrobora para que o Caeté baixe o seu leito e dificulte a sua navegabilidade.
O canoista comprovou o “riocídio”: o rio se torna mais poluído a partir das Vilas de Mocajuba e do Arimbú (Bragança), provavelmente, sob influência de alguns afluentes, a partir deste trecho.
É, portanto, em defesa deste rio, das memórias de seus narradores, navegadores, dos extrativistas, e das comunidades ribeirinhas da Região do Caeté, que nasceu o Festival Internacional de Cinema do Caeté.
© Francisco Weyl, poeta e realizador
Coordenador do IV FICCA
No Século Sec. XVI, os índios Caetés habitavam parte do Nordeste do Brasil, desde a ilha de Itamaracá, até as margens do rio São Francisco, área limitada pelos potiguaras, ao norte; e, ao sul, pelos tupinambás.
Mas, os índios foram considerados “inimigos da civilização” pela Inquisição, por, supostamente, praticarem um ritual antropofágico com o corpo de Dom Pero Fernandes Sardinha, primeiro Bispo do Brasil (BUENO, 2003, 18,19).
O Caeté é o rio que banha a minha aldeia. (FRANCISCO WEYL).
Junto com o nascer da Lua, por detrás das matas do Camutá, seu espelho revela um espetáculo mágico aos moradores e visitantes da cidade de Bragança do Pará.
Da orla desta cidade, partem e chegam diariamente dezenas de embarcações com peixe, produto que alimenta grande parte da economia.
Com 115 quilômetros de extensão, antes de desaguar no Atlântico, o rio atravessa e influencia o trabalho e a vida de diversas comunidades do nordeste paraense.
Nasce na cidade de Bonito, banha Arraial do Caeté (Ourém), e Tentugal (Santa Luzia), e percorre algumas comunidades bragantinas.
Outrora navegável, o Caeté ainda não morreu porque as rodovias, que acabaram com as estradas de ferro, retiraram as comunidades de suas margens, desde a década de 1960.
E, apesar de receber as águas de rios como Jequi, Cajueiro, e Curi, à margem direita; e de pequenos igarapés, à margem esquerda, o Caeté apresenta trechos pouco profundos.
Em 2014, o canoísta Pedro Paulo Sousa fez o percurso épico desde a nascente até a foz, e observou que alguns fazendeiros transformam o leito do Caeté em lixeira.
Atiram detritos e resíduos, restos de tocos, e galhos, de árvores, que eles próprios derrubam em suas terras.
O fechamento dos afluentes corrobora para que o Caeté baixe o seu leito e dificulte a sua navegabilidade.
O canoista comprovou o “riocídio”: o rio se torna mais poluído a partir das Vilas de Mocajuba e do Arimbú (Bragança), provavelmente, sob influência de alguns afluentes, a partir deste trecho.
É, portanto, em defesa deste rio, das memórias de seus narradores, navegadores, dos extrativistas, e das comunidades ribeirinhas da Região do Caeté, que nasceu o Festival Internacional de Cinema do Caeté.
© Francisco Weyl, poeta e realizador
Coordenador do IV FICCA
© Foto DRI TRINDADE
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