1. Secretária, a senhora está à frente da Cultura do Pará há mais de 45 dias. Já dá para ter uma avaliação do setor? Qual é esta avaliação, em linhas gerais?
2. Normalmente, os governos fazem planos, para CEM dias, um semestre, um ano. Sinteticamente, qual o seu plano?
3. A senhora assume um setor que é o patinho feio de qualquer gestão, e sempre que se quer reduzir custos, corta-se nos investimentos para a cultura. Considerando que vivemos num pais cujos gastos estão congelados, como a senhora pretende lidar com isso?
4. Gerir uma pasta é fazer escolhas, investir em uma área e reduzir em outra. Como a senhora pretende equilibrar estas decisões? E quais os setores que irá priorizar?
5. O Pará tem uma extensão territorial imensa, o Estado não consegue nem chegar, e nem atender a todas as demandas de todos os municípios, as sedes das instituições ficam todas concentradas na capital, cujos habitantes são sempre os mais privilegiados pelas raras políticas públicas, razão pela qual pergunto: como a senhora como tenciona fazer a gestão chegar junto das comunidades mais distantes?
6. A senhora concorda que os movimentos separatistas são coerentes (em função deste distanciamento)?
7. E, mesmo em Belém, as políticas públicas e os acontecimentos culturais concentram-se num corredor que começa na Estação das Docas e termina no Parque da Residência, ignorando as comunidades periféricas. Como a senhora pretende reverter esta realidade?
8. Há denúncias de pessoas e de grupos culturais, de que a Lei Semear é manipulada de forma a beneficiar grupos políticos e empresariais. A senhora já ouviu falar dessas denúncias?
9. Se as ouviu, o que pensa a respeito delas? Ainda que não seja da responsabilidade direta da Secult - esta Lei (Semear), e se forem verdadeiras tais denúncias, isso a deve incomodar, pessoalmente, então, pergunto se
há interesse da Secult de criar mecanismos que democratizem a Lei Semear, tornando-a mais transparente e aberta?
10. Há diversos órgãos e instituições que compõem o sistema estadual de cultura, e muitos destes fazem sombras uns aos outros, com ações próprias, como se fossem feudos, e, sem diálogos interinstitucionais, o que significa dizer que há gastos demasiados para ações similares, quando, ao contrário, um programa “guarda-chuva” poderia concentrar a execução destes projetos, e desta forma, economizar e melhor aplicar recursos, como por
exemplo, em escala nacional foi o MAIS CULTURA. O que a senhora pensa sobre a criação de projetos similares, mas em escala estadual, como por exemplo, MAIS TEATRO, MAIS CINEMA, MAIS POESIA, em que todos os setores que tratam destas linguagens pudessem estar reunidos para traçar suas metas e cronogramas?
11. Como a senhora pretende estabelecer o diálogo entre a SECULT e demais instituições culturais, como a Fundação Tancredo Neves, a Funtelpa, entre outras, de forma a executar políticas públicas comuns, que sejam mais inclusivas e não apenas focadas na capital?
12. Os escritores paraenses todos os anos se queixam da Feira do Livro, por não terem espaço nem o reconhecimento de sua produção. Na sua gestão, isso será diferente?
13. A cultura popular é invariavelmente ignorada pelas gestões, que a esta recorrem, mais para fortalecer o governo, do que a própria expressão cultural, em si mesma, pelo que lhe pergunto se a sua gestão tem uma proposta concreta para este setor, que sabemos ser o mais excluído de todos...?
14. A senhora fez um diálogo com representantes de setores culturais, logo que assumiu, e este ato demonstrou uma esperança ao menos em Belém do Pará. O que resultou desta escuta, concretamente?
15. A senhora foi candidata pelo PSOL ao senado, o que significa dizer que defendia as propostas deste partido para a Cultura, mas agora esta no governo do MDB, pelo que se retirou do PSOL. Pergunto: quais propostas destes dois partidos a senhora pretende executar na sua gestão (...se estas propostas são convergentes ou excludentes entre si..) ?
16. A mensagem do governador Helder à Assembleia Legislativa do Estado foi bastante econômica com relação ao tema Cultura, numa clara demonstração de que não há tantas diferenças em relação aos governos anteriores. Isso não lhe preocupa?
17. A sua trajetória de participação política é recente, mas, pelo seu carisma, conseguiu traduzir em votos a sua liderança, tanto que alcançou mais de meio milhão de eleitores, quando candidata do PSOL, no qual ficou cerca de dez menos, tendo antes estado na REDE.
18. A senhora se considera uma pessoa de esquerda?
19. Se se considera, a senhora se sente confortável em levar sua “bagagem” política para um governo, cujo partido é considerado “golpista” pela própria esquerda?
20. Política é a arte de acordos e especulou-se que um de seus acordos com o MDB era a sua candidatura à prefeitura. Procede esta especulação? A senhora sairá candidata à prefeitura? Se sim, por qual partido?
PS: Estas perguntas foram enviadas à assessoria de comunicação da secretaria de Estado de Cultura do Pará, no dia 17 de Fevereiro de 2019, mas, apesar das insistências para que as mesmas fossem respondias, elas foram ignoradas pela gestora Úrsula Vidal.
Fonte © Francisco Weyl, Diretor/Editor da TRIBUNA DO SALGADO / Jornalista DRT-Pa 2161
2. Normalmente, os governos fazem planos, para CEM dias, um semestre, um ano. Sinteticamente, qual o seu plano?
3. A senhora assume um setor que é o patinho feio de qualquer gestão, e sempre que se quer reduzir custos, corta-se nos investimentos para a cultura. Considerando que vivemos num pais cujos gastos estão congelados, como a senhora pretende lidar com isso?
4. Gerir uma pasta é fazer escolhas, investir em uma área e reduzir em outra. Como a senhora pretende equilibrar estas decisões? E quais os setores que irá priorizar?
5. O Pará tem uma extensão territorial imensa, o Estado não consegue nem chegar, e nem atender a todas as demandas de todos os municípios, as sedes das instituições ficam todas concentradas na capital, cujos habitantes são sempre os mais privilegiados pelas raras políticas públicas, razão pela qual pergunto: como a senhora como tenciona fazer a gestão chegar junto das comunidades mais distantes?
6. A senhora concorda que os movimentos separatistas são coerentes (em função deste distanciamento)?
7. E, mesmo em Belém, as políticas públicas e os acontecimentos culturais concentram-se num corredor que começa na Estação das Docas e termina no Parque da Residência, ignorando as comunidades periféricas. Como a senhora pretende reverter esta realidade?
8. Há denúncias de pessoas e de grupos culturais, de que a Lei Semear é manipulada de forma a beneficiar grupos políticos e empresariais. A senhora já ouviu falar dessas denúncias?
9. Se as ouviu, o que pensa a respeito delas? Ainda que não seja da responsabilidade direta da Secult - esta Lei (Semear), e se forem verdadeiras tais denúncias, isso a deve incomodar, pessoalmente, então, pergunto se
há interesse da Secult de criar mecanismos que democratizem a Lei Semear, tornando-a mais transparente e aberta?
10. Há diversos órgãos e instituições que compõem o sistema estadual de cultura, e muitos destes fazem sombras uns aos outros, com ações próprias, como se fossem feudos, e, sem diálogos interinstitucionais, o que significa dizer que há gastos demasiados para ações similares, quando, ao contrário, um programa “guarda-chuva” poderia concentrar a execução destes projetos, e desta forma, economizar e melhor aplicar recursos, como por
exemplo, em escala nacional foi o MAIS CULTURA. O que a senhora pensa sobre a criação de projetos similares, mas em escala estadual, como por exemplo, MAIS TEATRO, MAIS CINEMA, MAIS POESIA, em que todos os setores que tratam destas linguagens pudessem estar reunidos para traçar suas metas e cronogramas?
11. Como a senhora pretende estabelecer o diálogo entre a SECULT e demais instituições culturais, como a Fundação Tancredo Neves, a Funtelpa, entre outras, de forma a executar políticas públicas comuns, que sejam mais inclusivas e não apenas focadas na capital?
12. Os escritores paraenses todos os anos se queixam da Feira do Livro, por não terem espaço nem o reconhecimento de sua produção. Na sua gestão, isso será diferente?
13. A cultura popular é invariavelmente ignorada pelas gestões, que a esta recorrem, mais para fortalecer o governo, do que a própria expressão cultural, em si mesma, pelo que lhe pergunto se a sua gestão tem uma proposta concreta para este setor, que sabemos ser o mais excluído de todos...?
14. A senhora fez um diálogo com representantes de setores culturais, logo que assumiu, e este ato demonstrou uma esperança ao menos em Belém do Pará. O que resultou desta escuta, concretamente?
15. A senhora foi candidata pelo PSOL ao senado, o que significa dizer que defendia as propostas deste partido para a Cultura, mas agora esta no governo do MDB, pelo que se retirou do PSOL. Pergunto: quais propostas destes dois partidos a senhora pretende executar na sua gestão (...se estas propostas são convergentes ou excludentes entre si..) ?
16. A mensagem do governador Helder à Assembleia Legislativa do Estado foi bastante econômica com relação ao tema Cultura, numa clara demonstração de que não há tantas diferenças em relação aos governos anteriores. Isso não lhe preocupa?
17. A sua trajetória de participação política é recente, mas, pelo seu carisma, conseguiu traduzir em votos a sua liderança, tanto que alcançou mais de meio milhão de eleitores, quando candidata do PSOL, no qual ficou cerca de dez menos, tendo antes estado na REDE.
18. A senhora se considera uma pessoa de esquerda?
19. Se se considera, a senhora se sente confortável em levar sua “bagagem” política para um governo, cujo partido é considerado “golpista” pela própria esquerda?
20. Política é a arte de acordos e especulou-se que um de seus acordos com o MDB era a sua candidatura à prefeitura. Procede esta especulação? A senhora sairá candidata à prefeitura? Se sim, por qual partido?
PS: Estas perguntas foram enviadas à assessoria de comunicação da secretaria de Estado de Cultura do Pará, no dia 17 de Fevereiro de 2019, mas, apesar das insistências para que as mesmas fossem respondias, elas foram ignoradas pela gestora Úrsula Vidal.
Fonte © Francisco Weyl, Diretor/Editor da TRIBUNA DO SALGADO / Jornalista DRT-Pa 2161
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