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O 7º Dia da morte do Vavá da Marambaia

Bragança > 18 de Agosto de 2016

Valcir Mesquita Ribeiro morreu trabalhando.
Tinha 62 anos.
Faria aniversário em setembro, sob o signo de virgem.
Capinava o quintal de sua casa quando sofreu uma parada cardíaca.
Era quinta-feira, 11 de agosto.
Os socorristas chamados ainda o levaram ao hospital, mas ele faleceu no caminho.
Valcir queria deixar o terreno limpo para o churrasco dos pais.
Há 20 nos que morava no bairro do Atalaia, Ananindeua.
Antes disso, ele habitou a Marambaia.
Seu corpo foi velado em uma funerária na Avenida Dalva, em frente ao Mercado municipal do bairro.
Está sepultado no Cemitério São Jorge, no mesmo bairro que nasceu e se criou.
E foi na Passagem São Jorge, que ele fez o seu nome.
“Vavá” era conhecido de todo o bairro.
Dizem que era bom comerciante e negociante.
Sempre tinha os melhores produtos da região.
Bons produtos a bons preços.
Ele os forneceu para pelo menos três gerações de jovens.
Vinham gentes de todos os bairros a sua procura.
Sempre simpático, atendia a todos com um sorriso aberto.
A juventude aglomerada à porta da casa dele.
O movimento chamava atenção.
A polícia passava, olhava, desconfiava, seguia.
A delegacia funcionava praticamente ao lado da casa do Vavá.
E logo seu nome frequentou a crônica policial.
Mas as atividades do Vavá são coisas do passado.
E depois ele já estava afastado dos negócios quando morreu.
Mas, nunca é demais lembrar os bons tempos.



                                 Fonte © #TRIBUNADOSALGADO (Texto: Francisco Weyl)

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