Cuité & Buscapé, Clei & Carpinteiro, são
alguns dos expressivos nomes do Pólo Cultural da Marambaia que vão marcar
presença no Circular Campina Cidade Velha, dia 23 de Outubro, domingo, a partir
das 15H, quando eles se encontrarão na CASA VELHA para uma roda dialógica em
que prometem fazer o mais profundo dos debates sobre as relações entre centro e
periferia.
Por este motivo, o autodenominado CARPINTEIRO DE
POESIA (Francisco Weyl, diretor/editor deste Jornal) rabiscou já um texto que
segue abaixo e proemte fazer uma fala consistente, a parti das sua pesquisa de
Mestrado pela UFPa, intitulada CENAS PO´PETICAS DA MARAMBAIA, dissertação
orientada pelo professor-doutor Luizan Pinheiro.
Segue texto inicial recentemente elabora exclusivamente
para esta finalidade, lembrando que no momento do debate WEYL estará ao lado de
Clei e Cuité e Buscapé que também farão suas observações sobre arte periférica.
"... uma, ou umas, determinadas, ou indeterminadas,
falas das periferias (no plural, embora seja o espaço aqui dialogado, singular)
vai circular no centro das ações culturais da cidade, velha, pela sua própria
natureza, bairro, que, sendo central, é também periférico, mas onde convivem,
entretanto, muito bem distribuídos, em sua geopolítica, casebres de drogados, e
mansões de classe média, num ir e vir, congestionado, de uma periferia que corre
e socorre, mas sufoca o centro, porque irradia uma tradição nômade de carnavais
e de resistência, desde os tempos tupinambás, apesar de que, agora, soterrados
por uma política neoclássica, que viabiliza a pedagogia clerical em detrimento
de uma participação social, que se limita ao acesso ao rio, traduzido em
passeio turístico, e festivo, sem vinculo com uma realidade muito além de
periférica, violenta, da qual muito se fala, e a qual muito se teme, no que se iguala a MaramBALA,
onde meninos dão e levam facadas, e partem p’ras porradas, quando isso se torna
necessário, mas, enquanto isso, eu, que estou ali, quieto no meu campo,
imaginário, atravessado, gritado, considero desnecessário falar através de uma
circulação urbanoide, como quem trás as atrações para um circo, um espetáculo,
que só acontece no centro, porque, na periferia, ele não encontra mais espaço,
pelo que ele também se elitiza e desvincula suas migratórias exposições, para
um campo que lhe exterior, e que lhe é um dominador, neste neocolonialismo, em
que o centro exige uma permanência, e um ocorrência, uma concorrência, da
periferia que o fortalece, paradoxalmente, tal qual os racionais se apropriam
das magias, ou os políticos das falas dos movimentos sociais, para em seu nome –
em nome do que de fato discordam mas ao qual recorrem quando necessário para
continuar o ciclo de uma secular enganação - sendo perigoso, necessário, para
que, se estabeleça, nesta cena, um diálogo democrático, que, entretanto, não
vai até o Arsenal DE Marinha e nem á Rua da Marinha ou á Rua da Mata, onde se
mata, e nem chega ao Jurunas, quanto mais no Tucunduba, imagina, lá na
Marambaia, que é em si uma resistência, periférica, que tem as suas próprias
falas, que as afirma, que se mobiliza, que provoca e produz os seus próprios e
invisíveis fenômenos, e as suas contradições, desde os imemoriais tempos do boi
do curió..."
© Carpinteiro
Fonte © #TRIBUNADOSALGADO
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