Mas com que orgulho minha mãe falava de seu tio-avô Raimundo Ulisses de Albuquerque Pennafort, de quem exibia alguns opúsculos, que desapareceram com as mudanças de casas e dispersões dos objetos de minha família.
Ainda me recordo do “Echos D’Alma”, obra literária de 1881 - em que Pennafort lamenta a seca do Ceará, sua terra natal (Jardim, 25/Abril/1921) -, e que tinha lugar de honra na nossa biblioteca.
Mamãe, que nos deixou de herança a sua sabedoria e simplicidade, adorava este livro, e costumava falava da notável cultura humanística, e intelectual, do estudioso e defensor das causas abolicionistas e indígenas, Cônego Pennafort.
Pela Dona Zinha eu soube que seu tio-avô era romancista, cronista, poeta, sociólogo, filólogo, indianista, orador sacro, e jornalista, sendo considerado, àquela altura, um dos religiosos mais cultos do clero brasileiro.
Entre as diversas obras que o Cônego Raimundo Ulisses de Albuquerque Pennafort escreveu está “A Filosofia Positiva”, publicada originalmente no Jornal “Boas Novas”, com textos contra Augusto Conmte e Littré.
Abaetetuba, Bragança, e Vigia foram alguns dos Municípios por onde o Cônego passou, com seu perfil educador, e renovador, tanto que, ainda Vigário de Cintra (28/5/1897), fez campanha para que o antigo nome indígena “Maracanã" fosse o nome da cidade.
E o Município hoje tem uma Travessa com o seu nome, o estado do Ceará tem um Município com o nome dele, e o seu município de nascimento, Jardim, tem uma escola batizada de Pennafort.
Patrono da cadeira N.° 32 da Academia Cearense de Letras, e patrono da cadeira Número 35, da Academia de Letras do Brasil – Seccional Bragança, a qual eu ocupo, Pennafort nasceu em Jardim, Ceará, a 25 de novembro de 1855, w faleceu em Belém do Pará, a 25 de Abril de 2017.
Obras do Cônego Raimundo Ulisses de Albuquerque Pennafort
Título: A filosofia positiva
Ano de publicação: 1881
Título: A União [CE]
Ano de publicação: 1875
Título: Brasilianismo
Título alternativo: Estatutos literários, antropológicos e etnográficos do Brasil
Título: Breves lições de ciências naturais e filosóficas para o uso e ensino livre, religioso do Instituto Penaforte
Título: Cenontologia
Título alternativo: Ensaios de ciência e religião
Ano de publicação: 1894
Título: Cenontologia
Subtítulo: Dissertação filosófica sobre a Cenontologia ou evolução religiosa, encarada sob o tríplice ponto de vista dinâmico-lógico, moral-ontológico e social
Ano de publicação: 1892
Título: Ecos d'alma
Ano de publicação: 1881
Título: Estatutos do Colégio Cristóforo
Título alternativo: Instituto Penaforte
Título: Gramática e dicionário da língua brasílica
Título: Mandú
Ano de publicação: 1901
Título: Mandú
Título: Monocromo
Ano de publicação: 1900
Título: Monsenhor Joaquim Pinto de Campos
Subtítulo: esboço biográfico-literário
Periódico: O Caetense, Bragança, PA
Ano de publicação: 1884
Título: O Caetense
Ano de publicação: 1885 - 1892
Título: O Cariri
Ano de publicação: 1875
Título: O nome Ceará
Ano de publicação: 1900
Título: O novo morto imortal
Título alternativo: O apóstolo da Amazônia, Dom Antônio de Macedo Costa
Ano de publicação: 1891
Título: O Retirante
Periódico: O Retirante, Fortaleza, CE
Ano de publicação: 1877
Fonte © #TRIBUNADOSALGADO / #TRIBUNADASEMANA (Texto Francisco Weyl)
Fontes pesquisadas para a escritura deste texto:
BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. Diccionario Bibliographico Brazileiro. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1883. 7 v.
COUTINHO, Afrânio; SOUSA, José Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional; Academia Brasileira de Letras, 2001. 2 v. ISBN 8526007238
História do Positivismo no Brasil (Por Ivan Lins)
Revista da Academia Cearense de Letras (No tomo IV - 1899)
http://www.brasiliana.com.br
https://www.culturavigilenga.com
http://www.literaturabrasileira.ufsc.br
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