A velha máxima segundo a qual o que não mata, fortalece,
prevalece mais atual do que nunca na sociedade bragantina, onde os professores
da rede pública foram duramente golpeados por uma medida autoritária de uma
gestão que, por não ter propostas
políticas reais, não faz o menor esforço para dialogar com os trabalhadores e a
própria sociedade, e que, entretanto, segue dispensando licitações, e fazendo
contratos e contratações, de forma nada transparente.
Mas admitamos que esta não é a primeira vez que os trabalhadores
públicos vivem uma situação dramática por causa de decisões precipitadas como
esta que cortou em cerca de 30% os vencimentos dos professores, que vivem numa dramática
situação, que já afeta na redução de vendas do comércio do Município, e que afeta
também a Economia, que aliás está paralisada nos demais setores, em consequência
da fragilidade financeira de um pobre Município com alta vulnerabilidade
socioeconômica, que o setor terciário e o repasse de recursos de fundos
federais como a sua principal fonte de
renda.
Já não se pode mais esconder a miséria de uma bela cidade
tão rica em cultura e em belezas naturais que não representam rigorosamente
nada para as pessoas necessitadas e que estão passando fome, pedindo comida nas
ruas, desempregadas, desesperadas, e – parafraseando o poeta Cazuza -
sobrevivendo da caridade de quem lhes detesta, sendo usados por inescrupulosos,
seja nas igrejas, seja na política, exatamente por causa da falta de políticas
públicas mais eficientes e mais eficazes, que garanta educação, saúde, e assistência
social e psicológica.
E se a dança das cadeiras nas estruturas de Poder não tem
significado mudanças reais na vida das pessoas mais simples, excluídas dos
acessos às ações e politicas públicas, é porque os processos e a as relações até
aqui estabelecidos precisam ser revisados e/ou reinventados para que novos
atores surjam e se tornem lideranças da cena política, longe dos vícios até
então observados e denunciados, mas sempre repetidos, razão pela qual pensamos
na urgência da sociedade se mobilizar para construir um Fórum Bragança Livre,
livre dos interesses individuais, livre dos partidos políticos, e livre do
sistema de agiotagem que financia a política.
Ou damos agora este pequeno passo adiante ou teremos de
retroceder, voltar atrás e aceitar as regras deste manipulado jogo de cartas
marcadas, conscientes de que nessas ocasiões sempre aparecem os salvadores da
pátria para mais uma vez tirar proveito próprio, investindo no esquecimento e
na alienação do cidadão comum, também ele, um ser equivocado, que repete erros ao
acreditar nas promessas eleitorais e religiosas de pseudo líderes que fazem apologia
ao ódio e à violência, ao racismo, ao preconceito,
e a homofobia.
Francisco Weyl
Arte: Mário Célio Brito
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